| Tecidos tingidos com corante de eucalipto (Ticiane Rossi) |
Pesquisadores
da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP) e Universidade Federal de Uberlândia (UFU) comprovaram
potencial de resíduo de eucalipto como corante de tecidos.
Obtido a partir do processo de destilação de óleo essencial de Corymbia citriodora
(eucalipto), o resíduo revelou um corante renovável e natural. A
pesquisa concluiu que o corante tinge algodão e fixa no tecido tingido,
mesmo sob ação de lavagem doméstica.
“É requerido estudo posterior para aumento de solidez de cor à luz”, acrescentam os cientistas.
A cor do
tecido tingido com o resíduo é bege acinzentado. “Com uso de sais
metálicos é possível chegar a cores como ocre e cinza”, disse a
pesquisadora, Ticiane Rossi, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” (ESALQ) da USP. Esta pesquisa derivou da dissertação de mestrado defendida pela pesquisadora e também virou patente.
Com
a comprovada fixação no tecido tingido, o corante natural derivado de
resíduo de eucalipto pode ser uma alternativa de valorização da floresta
e diferenciação dos produtos têxteis, segundo os autores da pesquisa.
Com o uso
do resíduo “estaria sendo oferecida a oportunidade para agregar valor à
matéria–prima da qual ele é produzido. Como consequência, a floresta
estaria sendo valorizada, não apenas para obtenção de óleos essenciais e
produção madeireira, mas também como geradora de extratos corantes
provenientes de matéria-prima renovável para a indústria têxtil”,
explicam os cientistas.
Os
autores acrescentam que a recuperação deste resíduo poderia evitar um
“indesejável impacto ambiental”, pois este é despejado no solo, por não
possuir destinação definida.
Para a
indústria têxtil, a pesquisa aponta que o corante natural é “uma
alternativa natural e sustentável de corantes para diversas
finalidades”. E conclui que o corante seria um “fator de diferenciação
dos produtos para nichos de mercados, que valorizem o ambiente, a
reutilização e reciclagem de materiais, a redução do uso de água,
menores riscos de poluição”.
O estudo foi publicado nesta segunda-feira na Revista de Design Inovação e Gestão Estratégica e pode ser visualizado no site da revista.
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